terça-feira, 14 de junho de 2011



André da Silva Gomes nasceu em Lisboa, Portugal, em 15 de dezembro de 1752 e faleceu em São Paulo, no dia 16 de junho de 1844. Da Silva Gomes foi compositor erudito, com características da escola do período barroco.

Pouco se sabe sobre sua formação musical e cultural. Acredita-se que possa ter tido aulas ou, no mínimo, ter recebido influência de David Perez (1711-1778), compositor napolitano de ascendência espanhola, Mestre da Real Capela Palatina de Palermo, que foi viver alguns anos em Portugal, como Mestre da Capela Imperial de Lisboa. Perez desenvolveu atividades pedagógicas importantes em terras lusas. Sua importância como professor de música é atestada pelo destaque de alguns de seus discípulos, como João Cordeiro da Silva, João de Sousa Carvalho, Luciano Xavier dos Santos e José Joaquim dos Santos.

Influente compositor de Opere Série, David Perez dirigiu toda a vida musical da corte de Dom José I até ao fim da sua vida, influenciando todos os compositores portugueses do seu tempo.
Não se sabe se André da Silva Gomes já havia se mudado para o Brasil ou se veio especialmente para assumir, em 1774, o cargo de Mestre-de-capela da igreja da Sé da cidade de São Paulo. Era bispo de São Paulo, à época, D. Frei Manuel da Ressurreição (bispo de 1771 a 1789). Silva Gomes foi o quarto mestre a ocupar o cargo na Sé paulistana.

Outra versão diz que chegou a São Paulo juntamente com D. Manuel da Ressurreição, franciscano que foi o terceiro dos bispos da futura Arquidiocese de São Paulo.

O músico era tido como homem dinâmico e fértil criador, tendo reorganizado o Coro, tão logo assumiu, bem como começou a compor peças para os atos religiosos da época.

São Paulo, mesmo elevada a cidade em 1711, era ainda muito pobre na segunda metade do século XVIII. Mesmo assim, é fato conhecido que o compositor não se deixava abater pela falta de recursos, tendo fundado uma escola gratuita de música e organizado uma orquestra que contava com a participação de um bom organista: Inácio Xavier de Carvalho.

Consta que em todas as solenidades, Silva Gomes marcava sua presença.

Não teve filhos do seu casamento, em 1775, com a viúva Maria Garcia de Jesus, mas criou uma enteada, além de dezesseis crianças que adotou, deu-lhes apelido (sobrenome) de família, ensinou-lhes não só as primeiras letras mas, evidentemente, música.

Entre esses filhos adotivos, destacaram-se Joaquim José da Silva e Antônio Garcia da Silva Gomes, que também foram seus discípulos musicais. Antônio, além de músico, tomou as ordens religiosas, vindo a ser o futuro capelão da Sé.

Em 1789, André da Silva Gomes, tendo ingressado na carreira militar, dirigiu a corporação musical e alcançou a patente de tenente-coronel. Em 1797 foi contratado para o magistério, lecionando Gramática Latina, sendo, em 1801, efetivado no cargo pela rainha Maria I.

Com a chegada de D. Pedro a São Paulo em 1822, regeu, na catedral, o Te Deum de sua autoria em homenagem ao futuro imperador. No dia 7 de setembro proclamava-se a Independência. Na Casa da Ópera, foi André da Silva Gomes o encarregado das solenidades.

Aposentou-se em 1828. Morreu aos 92 anos, na cidade de São Paulo.
André da Silva Gomes ( Obra musical )

Da obra de André da Silva Gomes chegaram até nós cerca de 130 partituras, de acordo com informação do musicólogo Régis Duprat. É Duprat quem afirma: "Os músicos da época colonial exerciam a profissão de forma mais avançada do que poderíamos imaginar.

O Tratado de Contraponto, de André da Silva Gomes, revela regras do bem-compor que um bom músico europeu poderia seguir. Os documentos mais antigos de sua composições datam de 1774. Sua composições constam de antífonas, cânticos religiosos, hinos, ladainhas, missas, noturnos, ofertórios, ofícios fúnebres, ofícios da Semana Santa, salmos etc.

A Missa a Cinco Vozes datada do último quarto do século XVIII, pertence ao período de plena maturidade do autor, quando sua dedicação às atividades de mestre-da-capela na Sé de São Paulo era integral. Dividida em onze segmentos, entre eles duas fugas, a peça situa-se num estilo intermediário entre o Barroco e o Classicismo. O manuscrito que chegou até nossos dias é de autoria de Manuel José Gomes, pai do autor de O Guarani, fazendo parte do Arquivo Carlos Gomes, em Campinas, SP.

Segundo especialistas, a obra prima deste compositor luso-brasileiro é a Missa em C (Missa em Dó), que teve uma recente gravação em CD. O álbum apresenta 16 faixas com algumas de suas principais composições, além da própria missa, transcrita por Maria Alice Volpe. As músicas têm interpretação do Brasilessentia Grupo Vocal, sob a regência do maestro Vítor Gabriel. Sua Missa em 5 Vozes é composta de dez segmentos, três para o Kyrie e sete para o Gloria. O destaque é o Cum Sancto Spiritu, que fecha a composição. Ele é glorioso em todos os sentidos, com a utilização de uma plena massa coral e dos recursos instrumentais.

Os "Noturnos de Natal", que assim eram chamados por serem executados na madrugada de Natal, têm oito responsórios, todos tripartidos em allegro, fugato e andante.

segunda-feira, 13 de junho de 2011



ONEYDA ALVARENGA - 100 ANOS

Oneyda Paoliello de Alvarenga, mais conhecida por Oneyda Alvarenga , nasceu em Varginha, a 6 de dezembro de 1911 e faleceu em São Paulo, no dia 24 de fevereiro de 1984). Foi jornalista, poetisa, ensaísta e folclorista brasileira.

Era filha de Orpheu Rodrigues de Alvarenga e de Maria Paoliello de Alvarenga. Foi, por sua mãe, sobrinha neta de Cesário Cecílio de Assis Coimbra e prima em 1º grau do, também, poeta, Domingos Paoliello.

Especializou-se em crítica musical sendo uma grande referência na documentação da origem e do folclore da música Brasileira.
Diplomou-se em Piano pelo Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, em 1934, instituição na qual um de seus criadores e catedráticos, o poeta Wenceslau de Queiroz, apos a sua morte, foi sucedido por seu ex-aluno de estetica, Mário de Andrade, que viria a ser o grande mentor de Oneida.

Foi aluna e colaboradora próxima de Mário de Andrade em suas investigações sobre a música popular em sua perspectiva antropológica contemporânea.

Oneida tinha enfoque etnográfico com visão romântica da cultura popular e uma perspectiva generosa da sua autenticidade na construção de formas estéticas.

Manoel Bandeira, em 1934, tornou público os versos de Oneyda e em 1938 ela publicou a seleção de poemas, "A Menina Boba".
Frequentou, ainda em 1934, as aulas sobre etnografia e folclore ministradas pelo casal Dinah e Claude Lévi-Strauss, sob os auspícios do Departamento de Cultura de São Paulo.

Em 1935, a convite de Mario de Andrade, tornou-se diretora da Discoteca Pública de São Paulo e foi uma das fundadoras, da hoje extinta Sociedade de Etnografia e Folclore, por ele criada.
Foi membro do Conselho Nacional do Folclore - do Ministerio da Educação e Cultura; membro, desde a sua fundação, do Comite Executivo da Association Internationale de Bibliotheques de Paris, como representante da America Latina e membro correspondente da International Music Council de Londres.

Em 1945 foi laureada com o Premio Fabio Prado, pelo seu livro Música Popular Brasileira e recebeu em 1958, a Medalha Sylvio Romero por relevantes serviços prestados ao folclore brasileiro.
Realizou palestras em congressos Internacionais sobre a música brasileira, além de artigos e ensaios publicados na imprensa especializada.

Foi responsável pela organização e publicação dos trabalhos de Mário de Andrade após a sua morte.

A Prefeitura Municipal de São Paulo, homenageando Oneyda, deu o seu nome a uma das ruas da capital paulista e a Discoteca do Centro Cultural São Paulo, também, recebeu seu nome.

Obras
 Cateretês do sul de Minas Gerais publicado em 1937
 Comentários e alguns contos e danças do Brasil publicado em 1941
 A influência negra na música brasileira publicado em 1946
 Música popular brasileira publicado em 1945
 Mário de Andrade, um pouco

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CÍCERO DE SOUZA

O cantor e compositor popular Cícero de Souza, nasceu em 31/01/1965, na cidade de Londrina, Paraná.


Com uma trajetória marcada por grandes interpretações e pela cuidadosa escolha do repertório, Cícero começou a aparecer para o grande público no ano de 1998.


As principais influências musicais do cantor e compositor, são: Martinho da Vila, Zeca Pagodinho, Originais do Samba, Alcione, Beth Carvalho, Tim Maia e Fagner.


Cícero de Souza é conhecido por sua voz forte e refinada, que lhe permite transitar pelo samba de raiz e pela MPB. Gravou 3 CDs: Mais
Iolanda e o CD Homenagem ( onde rende tributo a seus ídolos musicais). Estes CDs gravou no WS Estúdio, com a preciosa colaboração do produtor e compositor Wilmar Cirino.

Em Londrina, sempre foi convidado para cantar nos mais diversos e disputados espaços culturais, como: Centro de eventos, Exposição Agro-Pecuária de Londrina ( palco principal por 5 anos ), Bar Baiano rei da batida, Casa de shows Albatroz, Autódromo Internacional Ayrton Senna, Iate Clube de Londrina, Country Club de Londrina, Buffet Planalto.


Além disto, Cícero de Souza teve a satisfação de abrir shows, como convidado, para os seguintes artistas: Jorge Aragão, Ivete Sangalo, Grupo Tradição, Raça Negra, Guilherme & Santiago.


Enxergando a cada dia que vem chegando a hora de um grande disco que mostre seu total potencial e de uma ampla tournée por diversas cidades e estados brasileiros, Cícero vem percorrendo editais públicos e empresas privadas para apresentar seu projeto de carreira para 2011/12. Suas performances podem ser vistas no youtube e no site: www.wstudio.com.br

O artista que já mostrou sua voz em cidades como: Cianorte, Umuarama, Campo Mourão, Goioerê, Maringá, Cambé, Ibiporã, Apucarana, Cornélio Procópio (PR); Presidente Prudente e São Paulo ( SP), pode ser contatado através do telefone:

0xx43 8441-5439

quarta-feira, 8 de junho de 2011

JOÃO, AOS 80


Dia 10 de junho, na sexta-feira, o mito da Bossa Nova, mundialmente reverenciado, completa 80 anos de idade.

Conheça um pouco sobre João Gilberto:

Nascido na Bahia, na cidade sertaneja de Juazeiro, em 1931, João ganhou um violão aos 14 anos de idade, e, desde então, jamais o largou. Na década de 1940, adorava escutar de Duke Ellington e Tommy Dorsey até Dorival Caymmi e Dalva de Oliveira. Aos 18 anos decide se mudar para Salvador com intenção de ser cantor de rádio e crooner. Em seguida, foi para o Rio de Janeiro, em 1950, e teve algum sucesso cantando no grupo Garotos da Lua. Entretanto, foi posto para fora da banda por indisciplina, passando alguns anos numa existência marginal, ainda que obcecado com a ideia de criar uma nova forma de expressar-se com o violão. Seu esforço finalmente foi recompensado e, após conhecer Tom Jobim - pianista acostumado à música clássica e também compositor, influenciado pela música norte-americana da época (principalmente o jazz) - e um grupo de estudantes universitários de classe média, também músicos, lançaram o movimento que ficou conhecido por bossa nova.


O ritmo da bossa nova é uma mistura do ritmo sincopado da percussão do samba numa forma simplificada e a ao mesmo tempo sofisticada, que pode ser tocada num violão (sem acompanhamento adicional), cuja técnica foi inventada por João Gilberto. Quanto à técnica vocal (parte integral do conceito de bossa nova), é uma técnica de cantar em tom de voz uniforme, com voz emitida sem vibrato, e com um fraseado disposto de forma única e não-convencional (ora antecipando, ora depois da base rítmica), e de forma a eliminar quase todo o ruído da respiração e outras imperfeições.


Apesar da fama com a então recém-criada bossa nova, sua primeira gravação lançada comercialmente foi uma participação como violonista no disco de Elizeth Cardoso de 1958 intitulado Canção do Amor Demais, composto por canções de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Pouco depois desta gravação, João Gilberto gravou seu primeiro disco, Chega de Saudade. A faixa-título, composta por Tom e Vinicius e que também aparecia no álbum de Elizeth Cardoso, foi sucesso no Brasil, lançando a carreira de João Gilberto e, por consequência, todo o movimento da bossa nova. Além de Chega de Saudade no lado "A", o disco trazia no outro lado a canção Desafinado, de Tom e Newton Mendonça.


Este disco foi seguido de outros dois, em 1960 e 1961, nos quais ele apresentou músicas novas de uma nova geração de cantores e compositores, como Carlos Lyra e Roberto Menescal. Por volta de 1962, a bossa nova tinha sido adotada por músicos de jazz norte-americanos, tais como Herbie Mann, Charlie Byrd e Stan Getz. A convite de Getz, João Gilberto e Tom Jobim fizeram aquele que se tornou um dos melhores álbuns de jazz de todos os tempos, Getz/Gilberto. Com este álbum, Astrud Gilberto esposa de João Gilberto na época, se tornou uma estrela internacional, e a composição de Jobim "Garota de Ipanema" (em sua versão em inglês, "The Girl from Ipanema") se tornou um sucesso mundial, e modelo pop para todas as idades.


João Gilberto continuou a fazer espetáculos na década de 1960, porém não lançou outros trabalhos até 1968, quando gravou Ela é Carioca, durante o tempo em que residiu no México. O disco João Gilberto, algumas vezes chamado de "o álbum branco" da bossa nova (em alusão ao álbum branco dos Beatles) foi lançado em 1973, e apresenta uma sensibilidade musical quase mística, sua primeira mudança de estilo perceptível após uma década.


O ano de 1976 viu o lançamento do disco The Best of Two Worlds, com a participação de Stan Getz e da cantora Miúcha, que se tornara a segunda esposa de João Gilberto em abril de 1965, com quem tem uma filha, a cantora Bebel Gilberto. Amoroso, de 1977, teve os arranjos de Claus Ogerman, que buscou uma sonoridade similar à de Tom Jobim. O repertório era composto de velhos sambas e alguns padrões musicais norte-americanos da década de 1940.

Nos anos 80 no Brasil, João Gilberto colaborou com Gilberto Gil, Caetano Veloso e Maria Bethânia (criadores, em fins da década de 1960, do movimento conhecido como Tropicália). Em 1991 lançou o disco João, que não tinha nenhuma composição de Tom Jobim.


Ao invés disso, teve trabalhos de Caetano, Cole Porter e de compositores de língua espanhola. João Voz E Violão, lançado em 2000, assinalou um retorno aos clássicos da bossa nova, como "Chega de Saudade" e "Desafinado". O CD, uma homenagem à música de sua juventude, foi produzido por Caetano Veloso.


Intercaladas com estas gravações em estúdio, surgiram também gravações ao vivo, como Live in Montreux, Prado Pereira de Oliveira ou Live at Umbria Jazz.


A última de raras turnês de João aconteceu em 2008 no Brasil, em duas apresentações no Auditório Ibirapuera em São Paulo e tiverem todos os ingressos vendidos em aproximadamente uma hora e no Rio de Janeiro, para uma apresentação no Theatro Municipal, o mesmo aconteceu. Nos concertos de São Paulo as grandes surpresas foram a execução de canções não antes registradas por João, como 13 de Ouro, Dor de Cotovelo, Hino Ao Sol / O Mar, Chove Lá Fora, Dobrado de Amor a São Paulo, e uma música inédita de sua própria autoria, em homenagem ao Japão.

MAIS SOBRE JOÃO GILBERTO E A BOSSA NOVA:

ALBIN, Ricardo Cravo (Criação e Supervisão Geral). Dicionário Houaiss Ilustrado da Música Popular Brasileira. Rio de Janeiro: Paracatu, 2006.

CASTRO, Ruy. Chega de saudade. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

CASTRO, Ruy. A onda que se ergueu no mar; novos mergulhos na Bossa Nova. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

MORAIS JUNIOR, Luis Carlos de. O Sol nasceu pra todos:a História Secreta do Samba. Rio de Janeiro: Litteris, 2011.